A
microcefalia é uma malformação congênita em que o cérebro não
se desenvolve de maneira adequada e os bebês nascem com perímetro
cefálico menor que o normal. Sua ocorrência pode estar
relacionada a uma série de fatores como radiação; substâncias
químicas; e agentes biológicos (infecciosos), como
bactérias e vírus (BRASIL, s.d.).
Em
entrevista ao Blog da Saúde, os especialistas do Instituto Nacional
de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira
(IFF/Fiocruz) Ana Elisa Baião, Márcio Nehab e Tânia Saad
esclareceram mais sobre o assunto (BRASIL, 2016b):
Ana
Elisa destacou que um acompanhamento específico com uma equipe
multiprofissional apontará o tipo de deficiência que a criança
apresentará e quais medidas serão tomadas para tratá-la a fim de
possibilitar o melhor desenvolvimento possível em cada caso. Márcio
Nehab afirmou que é impossível dizer qual acometimento cerebral a
criança terá. Existem diferentes gradações de microcefalia, desde
um grau pequeno até um grau mais severo, e assim, diversas
manifestações clínicas, levando a diferenças em relação ao
prognóstico. Algumas das possíveis complicações são: deficiência
intelectual, paralisia cerebral, epilepsia e comprometimento no
desenvolvimento global.
Tânia
Saad afirmou que a microcefalia tem tratamento e este será adequado
ao tipo e grau de acometimento que a criança apresentar. Feito o
diagnóstico, será necessário cuidar das necessidades apresentadas,
como por exemplo: fisioterapia, no caso de rigidez ou comprometimento
no desenvolvimento; fonoaudiologia, se houver dificuldades de
deglutição; fisioterapia respiratória, para melhorar a respiração;
neuropediatria devido à possibilidade da ocorrência de crises
convulsivas; pediatria, gastroenterologia e nutrição a fim de
garantir a manutenção do peso ideal, para que a criança suporte
melhor todas as intervenções interdisciplinares. Além dos
atendimentos citados por Tânia Saad, que visam os aspectos
biológicos da pessoa com microcefalia, destaca-se a importância do
acompanhamento psicológico tanto nos processos de diagnóstico,
estimulação, orientação, quanto psicoterápico dela e de toda a
família.
O
desenvolvimento infantil é um processo multidimensional que se
inicia com o nascimento e que engloba o crescimento físico e a
maturação neurológica, comportamental, cognitiva, social e afetiva
da criança. Nos primeiros três anos de vida o cérebro se
desenvolve mais rapidamente, constituindo oportunidade para o
estabelecimento das funções que repercutirão em maior
independência e, consequentemente, melhor qualidade de vida no
futuro. Crianças com microcefalia e prejuízos do desenvolvimento
neuropsicomotor beneficiam-se da estimulação precoce para favorecer
o desenvolvimento motor e cognitivo. É imprescindível o
envolvimento dos pais e familiares neste processo, uma vez que o
ambiente social é o mais rico em estímulos para a criança (BRASIL,
2016a).
Referências
Brasil.
Ministério da Saúde. Portal da Saúde. Microcefalia.
Ministério da Saúde, 2015. Ministério da Saúde, s.d. Disponível
em:
<http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/cidadao/orientacao-e-prevencao/xyz-microcefalia>.
Acesso em: 15 fev. 2016.
Brasil.
Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Protocolo
de atenção à saúde e resposta à ocorrência de microcefalia
relacionada à infecção pelo vírus zika [recurso eletrônico]
/ Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde. –
Brasília: Ministério da Saúde, 2016a. 42 p : il. Disponível
em: <http://portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/protocolo-sas-2.pdf>.
Acesso em: 15 fev. 2016.
Brasil.
Ministério da Saúde. Blog da Saúde. Especialistas tiram
dúvidas sobre zika e microcefalia. Ministério da Saúde,
2016b. Disponível em:
<http://www.blog.saude.gov.br/perguntas-e-respostas/50545-especialistas-esclarecem-algumas-duvidas-sobre-o-virus-zika-e-a-microcefaliahtml.html>.
Acesso em: 15 fev. 2016.
Cinara
Invitti Lemos
Giane
Maria Bosi
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