Na
cultura dos ouvintes a relação entre a música e o ouvir é
prevalente, mas e para o surdo, existe uma relação possível?
Pode-se dizer que a música é uma forma de comunicação pelo
“toque”, devido as vibrações sonoras que produz. Se pensarmos
que muitos surdos têm seus outros órgãos do sentido
potencializados, eles podem experimentar as vibrações de formas até
mais intensas que os ouvintes.
Um
professor de radiologia da Universidade de Washington, Dr. Dean
Shibata, realizou exames de ressonância magnética nos cérebros de
voluntários surdos e ouvintes no momento que eles recebiam vibrações
em suas mãos. Em todos os casos foi registrada atividade na região
do cérebro que processa as vibrações, como era de se esperar. No
entanto, nos cérebros dos surdos foi observada a ativação do
córtex auditivo, região que entra em ação quando se ouve algum
tipo de som, o que não foi observado com tamanha intensidade nem
mesmo nos cérebros dos ouvintes.
Com
os resultados dessa pesquisa, pode-se perceber que a região do
córtex auditivo no surdo assume outra função na ausência da
audição, ou seja, o cérebro dos surdos “adapta-se” para ouvir
música. Diante dessa descoberta percebeu-se a importância de
trabalhar desde a infância com a música a fim de estimular o
desenvolvimento cerebral e aprimorar as habilidades dos surdos, que
apresentam resultados positivos no
desenvolvimento cognitivo/linguístico, psicomotor e socioafetivo.
Cinara Invitti Lemos
Fontes:
http://super.abril.com.br/cultura/musica-para-surdos
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