quarta-feira, 1 de julho de 2015

Ansiedade, pesadelos, medo, irritabilidade...algumas consequências da violência

Um pouco sobre Estresse Pós-Traumático





Muitas situações pelas quais passamos ao longo da vida se tornam difíceis de serem superadas. Geralmente as mais traumáticas são aquelas em que há ameça à vida, seja à nossa própria ou de terceiros. Diante da morte nos sentimos impotentes e por muitas vezes culpados. Esta culpa surge como consequência da avaliação de que havia algo a mais para ser feito, algo que estava ao nosso alcance, mas que não fizemos. E isso não ocorre apenas diante da concretização 
da morte, mas da sua ameça e do sofrimento 
envolvidos nas situações críticas.

Uma importante característica do Estresse Pós-Traumático é a chamada re-experiência. Esta, nada mais é que a vivência repetida da situação traumática, que se concretiza por meio de pensamentos repetitivos, lembranças repentinas de situações específicas, pesadelos, todos acompanhados por uma forte carga emocional. Intenso sofrimento psicológico que pode se manifestar em sintomas físicos, como: distúrbios do sono, dificuldade de concentração, irritabilidade, hipervigilância, tonturas, dores de cabeça, assim como taquicardia e sudorese.

A pessoa com estresse pós-traumático também pode apresentar isolamento social. Este geralmente ocorre na tentativa de evitar entrar em contato com situações, pessoas, objetos que possam reavivar lembranças do episódio traumático. Este isolamento surge na tentativa de evitar a dor, que por vezes se torna insuportável.

Precisamos lembrar que cada pessoa lida com as situações que enfrenta ao longo da vida de forma particular. Situações traumáticas não são unânimes. Uma situação pode ser extremamente difícil para uma pessoa enquanto outra pode vivênciá-la sem maiores dificuldades, e até mesmo com tranquilidade. Esta é a diferença de tolerância de cada um diante uma mesma situação. Por isso é preciso que sejamos bons observadores para identificar quando alguém está sofrendo e assim poder ajudá-lo.

É esperado que após situações de intenso sofrimento surjam alguns sintomas que foram mencionados, mas isso não necessariamente é um diagnóstico do Transtorno de Estresse Pós-Traumático. O que não quer dizer que eles devam ser ignorados ou que não tenham relevância. Todo e qualquer sofrimento precisa da atenção adequada para que não se prolongue e/ou intensifique de forma a ocasionar danos maiores ao indivíduo. O importante é estarmos atentos àqueles que vivenciaram situações traumáticas para que recebam os cuidados necessários a fim de superar estas dificuldades.


Cinara Invitti Lemos